Notícias de Hoje: Cientistas descobrem novo grupo sanguíneo, encerrando mistério de 50 anos
- Agência Nantes
- 20 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Uma equipe de cientistas britânicos fez uma descoberta significativa na área da medicina ao identificar um novo grupo sanguíneo, conhecido como AnWj. Essa descoberta resolve um mistério que durava mais de cinco décadas e promete melhorar a segurança das transfusões de sangue, especialmente para pacientes raros.
A pesquisa foi liderada pelo serviço de sangue e transplantes do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS Blood and Transplant) e contou com o apoio da Universidade de Bristol. O estudo identificou que a presença do antígeno AnWj, responsável pelo novo grupo sanguíneo, está diretamente relacionada à proteína MAL, uma substância que fica na superfície dos glóbulos vermelhos e desempenha papel crucial no sistema imunológico.
A importância da descoberta
O antígeno AnWj foi descoberto em 1972, mas sua origem genética permaneceu um enigma até agora. De acordo com a pesquisa publicada no renomado periódico Blood, a maioria das pessoas é positiva para o AnWj, mas uma pequena parcela da população mundial, cerca de 0,1%, é negativa. A falta deste antígeno pode ser hereditária ou causada por doenças, como alguns tipos de câncer ou distúrbios hematológicos.
Essa condição de AnWj-negatividade pode causar sérias complicações durante transfusões de sangue. Pacientes que não possuem o antígeno AnWj podem sofrer reações transfusionais se receberem sangue de indivíduos AnWj-positivos, o que reforça a importância de realizar testes mais específicos para identificar esses casos raros.
Nicole Thornton, chefe do laboratório de referência do NHS, enfatizou que a descoberta permitirá o desenvolvimento de novos testes de genótipo, que poderão identificar doadores e pacientes com a rara condição de AnWj-negatividade, garantindo transfusões mais seguras e eficazes.
A descoberta e o futuro das transfusões
A descoberta do grupo sanguíneo AnWj é especialmente relevante para pacientes com doenças que podem suprimir o antígeno AnWj, como é o caso de alguns tipos de câncer. Nesses pacientes, a produção de anticorpos contra o AnWj pode complicar ainda mais o processo de transfusão de sangue. Agora, com testes genéticos mais precisos, será possível garantir que esses pacientes recebam sangue compatível, aumentando as chances de sucesso no tratamento.
Além disso, estudos futuros poderão investigar o papel da proteína MAL em outras condições de saúde e aprimorar ainda mais o diagnóstico e tratamento de pacientes com essa condição rara.
Conclusão
A identificação do grupo sanguíneo AnWj marca um grande avanço na medicina transfusional. A solução de um mistério de 50 anos não só ajuda a evitar complicações nas transfusões de sangue, mas também abre portas para novas pesquisas sobre a relação entre a proteína MAL e distúrbios sanguíneos. Com essa descoberta, espera-se que a segurança e a eficácia das transfusões de sangue melhorem significativamente para pacientes ao redor do mundo, especialmente aqueles com condições raras e complexas.
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