STF ouve testemunhas em processo contra Carla Zambelli e hacker por invasão ao sistema do CNJ
- Agência Nantes
- 23 de set. de 2024
- 2 min de leitura
O Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu nesta segunda-feira (23) seis testemunhas no processo em que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto são réus por invadirem sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que a invasão foi ordenada por Zambelli, e Delgatti teria sido o responsável por executar o crime cibernético.
Depoimentos e envolvimento de auxiliares de Zambelli
Entre as testemunhas ouvidas no STF estão ex-assessores de Zambelli e funcionários do CNJ, como Thiago Eliezer Martins dos Santos, que já foi condenado com Delgatti no caso da invasão de celulares conhecida como "Vaza-Jato", e Renan Cesar Silva Goulart, ex-assessor do irmão de Zambelli. A PGR afirma que a deputada buscava prejudicar a administração do Judiciário e obter vantagem política por meio da adulteração de dados oficiais.
Segundo as investigações, a dupla teria acessado o sistema do CNJ de maneira irregular em janeiro de 2023, inserindo 16 documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, além de ordens de quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens. A operação teria sido uma tentativa de desmoralizar o sistema judiciário e desestabilizar a confiança nas instituições.
A denúncia e os possíveis desdobramentos
De acordo com a denúncia, Carla Zambelli teria prometido a Delgatti "emprego garantido" caso ele conseguisse invadir o celular de Moraes em busca de "conversas comprometedoras". Ao não obter sucesso, a dupla teria arquitetado a inserção de documentos falsos no sistema do CNJ.
Zambelli e Delgatti respondem pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, com penas que podem chegar a até seis anos de prisão. A defesa de Zambelli nega as acusações, afirmando que a deputada não participou de nenhum ato ilícito. Já a defesa de Delgatti admite sua participação na invasão, reafirmando que o hacker agiu sob ordens da parlamentar.
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